terça-feira, 21 de abril de 2015

LUTA DOS ARTESÃOS DO BRASIL



CARTA DE NÓS PARA TODOS NÓS:
UM PACTO PELOS ARTESÃOS E ARTESANATO BRASILEIRO

Diante de décadas de lutas pela valorização dos artesãos brasileiros, travamos batalhas nas quais, a categoria sempre se confrontou com os gestores públicos, legislação fiscal que não atende nossas reais vicitutes, falta de políticas públicas para o fomento na produção e comercialização do artesanato, falta de legalização enquanto categoria, e outros tantos entraves de uma nação dentro da nação brasileira.

Quero aqui sem demagogias, lembrar primeiro quem somos. Somos aqueles que foram edificados com o heroísmo dos sem nome, com o martírio, com o trabalho e o sacrifício anônimo de incontáveis homens e mulheres.
Somos aqueles que marcham dia a dia contra o desconhecido, que levantam todo dia a bandeira da identidade cultural artesanal dessa nação de artesãos brasileiros.
Somos aqueles que falam uma mesma língua, a língua da BRAVA GENTE BRASILEIRA.
Somos aqueles que acreditam que nosso destino somos nós que fazemos. Que acreditam, apesar das evidências contrárias da corrupção, num país democrático.
Somos aqueles que fazem do pó e da pedra a arte que encanta multidões.

Na primeira pessoa digo em meu nome e no nome dos que acreditam em mim, que tenho um compromisso. Em primeiro lugar comigo mesma e com o nome que dos meus pais herdei; com os valores e princípios corporativistas que fazem de nós e de mim artesãos, tais quais somos e nos entendemos: com a defesa dos artesãos em relação aos seus direitos enquanto categoria, unida, cônscia e disposta a transformar sua realidade existencial e trabalhista.

Nossa luta aqui é contra a vitória do autoritarismo, pela regulamentação da profissão de artesão, pela mobilização de políticas públicas para os artesãos e artesanato, pela criação de uma Secretaria Nacional do Artesanato. E não menos importante, pelos nossos ideais aos quais, empenhamos nossas vidas, nossas almas e nosso ser.

É oportuna aqui uma movimentação real em prol da consciência governamental. Uma movimentação que nos dissocie das neuroses (repetições) comportamentais, que nos alavanque a real condição de trabalhadores devidamente legalizados, reconhecidos pelas castas e governo de modo geral. Que existamos para eles não apenas de quatro em quatro anos quando do uso do nosso direito de votar e ser votado.

É oportuno também dizer NÃO a alguns fatos e pessoas.
Digo NÃO, aos gestores públicos autoritários.
Digo NÃO, a falta de valorização e reconhecimento do patrimônio vivo que são os artesãos do Brasil.
Digo NÃO a omissão e débito que o poder público tem com nossa categoria.
Digo NÃO, a falta de união que a categoria ainda alimenta entre si, aos guetos culturais que se faz por ai a fora.
Digo NÃO, aos construtores e parceiros do programa de artesanato pela sua falta de sensibilidade pela categoria.
Digo NÃO, ao setor bancário, incapaz, até hoje, de enxergar ou de querer enxergar uma linha de crédito especial para os artesãos brasileiros.
Digo NÃO, a falta de conscientização e marketing para o consumo do artesanato brasileiro.
Digo NÃO, a perseguição dos gestores públicos aos líderes do movimento Pro - Artesãos.
Digo NÃO, aos políticos que mesmo recebendo nossos votos, nos esquecem nos intervalos  entre cada campanha eleitoral.
Digo NÃO,aos artesãos que não abraçam e  nem percebem o tamanho, dignidade e valor da nossa luta.

Por sua vez digo SIM.
Digo SIM a uma categoria que entende sua importância enquanto cidadã, trabalhadora e contribuinte do futuro desse país.
Digo SIM, aqueles parceiros crentes e contribuintes para que este movimento aconteça.
Digo SIM, a democracia brasileira, que apesar de adolescente, nos permite e liberdade de expressão.
Digo SIM, aos artesãos que morreram e outros tantos que permanecem lutando pelos nossos ideais.
 Digo SIM, ao Governo Federal, quando do destino de verbas/recursos criando o PPA, para o artesanato brasileiro, mesmo sabendo da inoperância dos gestores do PAB.
Digo SIM, aos políticos que conscientes da nossa luta e causa, tem apoiado e investido em prol da nossa causa.
Digo SIM, a participação da categoria em todos os atos do nosso movimento.
Digo SIM, a vanguarda da categoria, exemplos de vida e luta, e que nos deixaram o legado que ora defendemos.
Digo SIM, a quem batendo no peito pode exclamar: EU SOU ARTESAO”.
Digo SIM, aos companheiros que acreditam no trabalho que a CNARTS vêm desenvolvendo.
Digo SIM, aos estímulos de outras instituições nas Unidades Federativas.
Digo SIM, aos que no movimento contrário as nossas ideologias, nos ajudam a enxergar pelas criticas, erros e acertos.
Por fim digo SIM a DEUS , que na Sua excelsa soberania, tem nos dado fôlego e vida para empregar em prol dessa gente sofrida e opressa; mas vitoriosa  e campeã, e que sabe apesar de tudo, que o mais importante na vida, é a beleza de ser um eterno aprendiz.

“O homem que não luta por seus direitos, não merece viver”.

                                         Rui Barbosa