CARTA DE NÓS PARA TODOS NÓS:
UM PACTO PELOS ARTESÃOS E ARTESANATO BRASILEIRO
Diante
de décadas de lutas pela valorização dos artesãos brasileiros, travamos
batalhas nas quais, a categoria sempre se confrontou com os gestores públicos, legislação
fiscal que não atende nossas reais vicitutes, falta de políticas públicas para
o fomento na produção e comercialização do artesanato, falta de legalização
enquanto categoria, e outros tantos entraves de uma nação dentro da nação brasileira.
Quero
aqui sem demagogias, lembrar primeiro quem somos. Somos aqueles que foram
edificados com o heroísmo dos sem nome, com o martírio, com o trabalho e o
sacrifício anônimo de incontáveis homens e mulheres.
Somos
aqueles que marcham dia a dia contra o desconhecido, que levantam todo dia a
bandeira da identidade cultural artesanal dessa nação de artesãos brasileiros.
Somos
aqueles que falam uma mesma língua, a língua da BRAVA GENTE BRASILEIRA.
Somos
aqueles que acreditam que nosso destino somos nós que fazemos. Que acreditam, apesar
das evidências contrárias da corrupção, num país democrático.
Somos
aqueles que fazem do pó e da pedra a arte que encanta multidões.
Na
primeira pessoa digo em meu nome e no nome dos que acreditam em mim, que tenho
um compromisso. Em primeiro lugar comigo mesma e com o nome que dos meus pais herdei;
com os valores e princípios corporativistas que fazem de nós e de mim artesãos,
tais quais somos e nos entendemos: com a defesa dos artesãos em relação aos
seus direitos enquanto categoria, unida, cônscia e disposta a transformar sua
realidade existencial e trabalhista.
Nossa
luta aqui é contra a vitória do autoritarismo, pela regulamentação da profissão
de artesão, pela mobilização de políticas públicas para os artesãos e artesanato,
pela criação de uma Secretaria Nacional do Artesanato. E não menos importante, pelos
nossos ideais aos quais, empenhamos nossas vidas, nossas almas e nosso ser.
É
oportuna aqui uma movimentação real em prol da consciência governamental. Uma
movimentação que nos dissocie das neuroses (repetições) comportamentais, que
nos alavanque a real condição de trabalhadores devidamente legalizados, reconhecidos
pelas castas e governo de modo geral. Que existamos para eles não apenas de
quatro em quatro anos quando do uso do nosso direito de votar e ser votado.
É
oportuno também dizer NÃO a alguns fatos e pessoas.
Digo
NÃO, aos gestores públicos autoritários.
Digo
NÃO, a falta de valorização e reconhecimento do patrimônio vivo que são os
artesãos do Brasil.
Digo
NÃO a omissão e débito que o poder público tem com nossa categoria.
Digo
NÃO, a falta de união que a categoria ainda alimenta entre si, aos guetos
culturais que se faz por ai a fora.
Digo
NÃO, aos construtores e parceiros do programa de artesanato pela sua falta de
sensibilidade pela categoria.
Digo
NÃO, ao setor bancário, incapaz, até hoje, de enxergar ou de querer enxergar uma
linha de crédito especial para os artesãos brasileiros.
Digo
NÃO, a falta de conscientização e marketing para o consumo do artesanato brasileiro.
Digo
NÃO, a perseguição dos gestores públicos aos líderes do movimento Pro - Artesãos.
Digo
NÃO, aos políticos que mesmo recebendo nossos votos, nos esquecem nos
intervalos entre cada campanha
eleitoral.
Digo
NÃO,aos artesãos que não abraçam e nem percebem
o tamanho, dignidade e valor da nossa luta.
Por
sua vez digo SIM.
Digo
SIM a uma categoria que entende sua importância enquanto cidadã, trabalhadora e
contribuinte do futuro desse país.
Digo
SIM, aqueles parceiros crentes e contribuintes para que este movimento aconteça.
Digo
SIM, a democracia brasileira, que apesar de adolescente, nos permite e
liberdade de expressão.
Digo
SIM, aos artesãos que morreram e outros tantos que permanecem lutando pelos
nossos ideais.
Digo SIM, ao Governo Federal, quando do
destino de verbas/recursos criando o PPA, para o artesanato brasileiro, mesmo
sabendo da inoperância dos gestores do PAB.
Digo
SIM, aos políticos que conscientes da nossa luta e causa, tem apoiado e
investido em prol da nossa causa.
Digo
SIM, a participação da categoria em todos os atos do nosso movimento.
Digo
SIM, a vanguarda da categoria, exemplos de vida e luta, e que nos deixaram o
legado que ora defendemos.
Digo
SIM, a quem batendo no peito pode exclamar: EU SOU ARTESAO”.
Digo
SIM, aos companheiros que acreditam no trabalho que a CNARTS vêm desenvolvendo.
Digo
SIM, aos estímulos de outras instituições nas Unidades Federativas.
Digo
SIM, aos que no movimento contrário as nossas ideologias, nos ajudam a enxergar
pelas criticas, erros e acertos.
Por
fim digo SIM a DEUS , que na Sua excelsa soberania, tem nos dado fôlego e vida
para empregar em prol dessa gente sofrida e opressa; mas vitoriosa e campeã, e que sabe apesar de tudo, que o
mais importante na vida, é a beleza de ser um eterno aprendiz.
“O
homem que não luta por seus direitos, não merece viver”.
Rui
Barbosa